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Em sua primeira fala após a reportagem da Folha de SP, que mostrou seus assessores agindo "fora do rito" (ilegalmente), o ministro Alexandre de Moraes tentou mostrar que foi um juiz imparcial e zeloso no devido processo legal. Com sangue nos olhos e raiva exalando por sua boca, o ministro se referiu a mim como "pseudojornalista", acrescentando depois que eu estava "foragido nos Estados Unidos". Como?Vamos por partes. Em 2009, o STF decidiu que qualquer pessoa, independentemente de formação, pode assumir as funções de jornalista. A alegação para a não obrigatoriedade é a de que o diploma não é exigido pela Constituição. Eu não cursei a faculdade de jornalismo, mas atuo como jornalista tem quase duas décadas. Cheguei a permanecer nos Estados Unidos com o visto I de Jornalismo, filiado, inclusive, a associações de classe. Se o ministro tem dúvidas, que pergunte ao William Bonner, da Globo ou ao Estadão. Eles me chamam de jornalista...
Sou colunista do centenário jornal Gazeta do Povo há anos, fui colunista do jornal O Globo por seis anos, de revistas como Veja, Voto e IstoÉ, além de jornais como Correio do Povo e Valor Econômico. Fui comentarista na Jovem Pan e na Rede TV, e hoje faço comentários diários na rádio Auriverde, antiga Jovem Pan de Bauru. Tenho inúmeros livros escritos, entre eles o bestseller "Esquerda Caviar". Ganhei prêmios, e a prestigiada medalha de mérito Tamandaré da Marinha do Brasil, como jornalista, com outros colegas da Jovem Pan.
Comprovado então que não sou um "pseudojornalista", mas sim um jornalista, fica claro que o ministro fez um juízo de valor acerca da qualidade do meu trabalho. Ele tem todo direito de não gostar, e eu até posso compreender os motivos. Mas trata-se de um fato objetivo: sou jornalista. E um juiz imparcial não deveria emitir juízo de valor subjetivo de um réu de um inquérito que ele mesmo julga.
Um juiz imparcial não deveria emitir juízo de valor subjetivo de um réu de um inquérito que ele mesmo julga
Aqui vem a pior parte: foragido. Que eu saiba, não consta qualquer sentença condenatória contra mim, nenhum mandado de prisão em aberto, nada. Tudo que há é um inquérito ilegal, montado por um ministro "cismado" e seus subalternos, compilando meus tweets inofensivos com minhas opiniões. Em seu editorial de hoje, o jornal Estadão disse:
Moraes ordenou a quebra de sigilo bancário de Constantino e o cancelamento de seu passaporte, bloqueio de suas redes sociais e intimações para que fosse ouvido pela Polícia Federal. De fato, como disse o ministro em sua nota, o TSE “tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas, como desinformação, discursos de ódio eleitoral, tentativa de golpe de Estado e atentado à Democracia e às Instituições”. Mas é esse tipo de crítica a políticos e juízes, plenamente assegurada pela Constituição, que o ministro entende por “atentado”?
Pelo visto, sim. Mas mesmo que seja o caso, volto a dizer: estou num inquérito, sem qualquer condenação ainda. E mesmo assim, não "fugi" para os Estados Unidos, pois vivo aqui desde abril de 2015 (eu fugi da Dilma, na verdade). Primeiro com visto de estudante (F2), depois com o visto de jornalista (I), depois com Green Card por habilidades extraordinárias (EB1), tornando-me um residente permanente. Por fim, recentemente, como um cidadão americano. Como seria eu, portanto, um foragido?
Elon Musk também foi incluído num inquérito de Alexandre. Seria Elon Musk, americano e um dos homens mais ricos do mundo, um foragido da Justiça brasileira? Por que nenhum jornalista cobrou uma explicação do ministro? O que ele quis dizer com isso? Por que mente, e com tanto ódio? Era provar imparcialidade o que ele desejava? Parece que não se saiu muito bem.
Concluo com uma sugestão: o certo mesmo seria esse inquérito absurdo ser encerrado, lembrando que não há crime de opinião tipificado em nossas leis. Mas já que existe o tal inquérito, e que está comprovada a mentira do ministro a meu respeito, gostaria de solicitar a inclusão do ministro Alexandre de Moraes no inquérito das Fake News do STF. Ao seu lado, o deputado André Janones poderia entrar também, pois comprovadamente espalha Fake News pelas redes sociais. Vamos ser imparciais, ministro?
Rodrigo Constantino
Fonte: Gazeta do Povo
Comprovado então que não sou um "pseudojornalista", mas sim um jornalista, fica claro que o ministro fez um juízo de valor acerca da qualidade do meu trabalho. Ele tem todo direito de não gostar, e eu até posso compreender os motivos. Mas trata-se de um fato objetivo: sou jornalista. E um juiz imparcial não deveria emitir juízo de valor subjetivo de um réu de um inquérito que ele mesmo julga.
Um juiz imparcial não deveria emitir juízo de valor subjetivo de um réu de um inquérito que ele mesmo julga
Aqui vem a pior parte: foragido. Que eu saiba, não consta qualquer sentença condenatória contra mim, nenhum mandado de prisão em aberto, nada. Tudo que há é um inquérito ilegal, montado por um ministro "cismado" e seus subalternos, compilando meus tweets inofensivos com minhas opiniões. Em seu editorial de hoje, o jornal Estadão disse:
Moraes ordenou a quebra de sigilo bancário de Constantino e o cancelamento de seu passaporte, bloqueio de suas redes sociais e intimações para que fosse ouvido pela Polícia Federal. De fato, como disse o ministro em sua nota, o TSE “tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas, como desinformação, discursos de ódio eleitoral, tentativa de golpe de Estado e atentado à Democracia e às Instituições”. Mas é esse tipo de crítica a políticos e juízes, plenamente assegurada pela Constituição, que o ministro entende por “atentado”?
Pelo visto, sim. Mas mesmo que seja o caso, volto a dizer: estou num inquérito, sem qualquer condenação ainda. E mesmo assim, não "fugi" para os Estados Unidos, pois vivo aqui desde abril de 2015 (eu fugi da Dilma, na verdade). Primeiro com visto de estudante (F2), depois com o visto de jornalista (I), depois com Green Card por habilidades extraordinárias (EB1), tornando-me um residente permanente. Por fim, recentemente, como um cidadão americano. Como seria eu, portanto, um foragido?
Elon Musk também foi incluído num inquérito de Alexandre. Seria Elon Musk, americano e um dos homens mais ricos do mundo, um foragido da Justiça brasileira? Por que nenhum jornalista cobrou uma explicação do ministro? O que ele quis dizer com isso? Por que mente, e com tanto ódio? Era provar imparcialidade o que ele desejava? Parece que não se saiu muito bem.
Concluo com uma sugestão: o certo mesmo seria esse inquérito absurdo ser encerrado, lembrando que não há crime de opinião tipificado em nossas leis. Mas já que existe o tal inquérito, e que está comprovada a mentira do ministro a meu respeito, gostaria de solicitar a inclusão do ministro Alexandre de Moraes no inquérito das Fake News do STF. Ao seu lado, o deputado André Janones poderia entrar também, pois comprovadamente espalha Fake News pelas redes sociais. Vamos ser imparciais, ministro?
Rodrigo Constantino
Fonte: Gazeta do Povo
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Alexandre de moraes espalha fake news a respeito do jornalista rodrigo constantino.
https://www.vivercuritibapr.com.br/noticia/336/alexandre-de-moraes-espalha-fake-news-a-respeito-do-jornalista-rodrigo-constantino